domingo, 4 de abril de 2010

Texto de Sociologia

SEGUNDO BIMESTRE

O Homem e a relação social



A relação social pode ser compreendida de diversos modos, dentre elas podemos citar: desde o simples encontro de duas pessoas na rua, até uma relação social mais complexa, como a do trabalho, da política, comercial, econômica, religiosa, cultural, familiar, da comunidade em que vivemos, entre outras.
Segundo o sociólogo chamado Max Weber, essa reciprocidade é dotada de sentidos comuns. Para ele, o que define se existe uma relação social, é justamente a capacidade de duas ou mais pessoas elaborarem “códigos” que sejam comuns de entendimento. Como exemplo, podemos citar a relação de respeito, de autoridade e de obediência. Assim, quando elaboramos determinados “códigos” que definem uma certa relação social, como sinal vermelho indicando que é proibido passar com o carro ou quando gritamos socorro em momentos de algum apuro, ou mesmo, quando ficamos em sentido, como sinal de respeito ao hino nacional, nós estamos utilizando de determinados modos comuns de entendimento com a certeza que eles estão de acordo com os nossos princípios sociais.
Segundo Max Weber, esses sinais de respeito e de obediência, somente é possível por existir nas relações sociais, pessoas quem mandam e obedecem, pois aceitam a autoridade daquele que deu a ordem como ordem. Por exemplo; caso o capitão do exército dê uma ordem e os soldados obedecem, é porque eles aceitam aquela autoridade como capaz de emitir a eles uma ordem que não pode ser negada, se quer podendo passar em sua cabeça a possibilidade de rejeitá-la.
Para o filósofo Karl Marx, essa perspectiva é bem diferente do modo de pensar de Max Weber. Para Marx, nesse caso, o soldado somente aceitaria tal ordem do capitão porque ele, soldado, está preso numa relação social de trabalho, ou seja, no modo de produção. Nesse caso, cabe ao soldado, pelo que ganha, e segundo o que faz e as regras sociais do seu trabalho, cumprir da melhor maneira possível a ordem do seu superior.
Caso esteja muito complicado para visualizar o exemplo acima, vamos pensar de outro modo. Imagine numa relação de trabalho numa fábrica, onde existe o dono, o gerente, engenheiro responsável e o trabalhador. Se por ventura algum deles, de menos o dono, desobedeça uma ordem, provavelmente esse empregado sofrerá punições. O que faz com que ele obedeça sem contestar muito tal ordem é justamente, saber que ele necessita daquele dinheiro no final do mês para sobreviver.
Para Marx, essas relações sociais não podem ser consideradas como estáticas, justamente, por estarem ligadas as diversas forças produtivas existentes. Desse modo, ao adquirir novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, e modificando o modo de produção, e o seu modo de viver. Segundo Marx nos informa:
As relações sociais estão intimamente ligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, e modificando o modo de produção, o seu modo de ganhar a vida, modificam também todas as relações sociais (Marx, K. In: BIROU, Alain. Dicionário de Ciências Sociais. P.335).
Como vimos, para Marx, ao contrário do pensamento de Weber, o homem e suas relações sociais estão vinculadas ao modo de trabalho e de produção do homem e, para Weber, numa conduta de várias pessoas, segundo o sentido significativo atribuído à ação das pessoas.
Portanto, podemos considerar que, todo processo social, deve-se à interação, ao movimento, evolução e, sobretudo, às transformações sociais nas relações da sociedade. E isso, se deve, pelo fato dos indivíduos e dos grupos atuarem uns com os outros, segundo a forma pelo qual se relacionam no decorrer do tempo.
Assim, qualquer mudança proveniente dos contatos sociais e de interação social entre membros de uma mesma sociedade, constitui, portanto, em um grande e complexo social.
Luciano Tavares Torres

Texto de Filosofia

SEGUNDO BIMESTRE
A ATITUDE FILOSÓFICA NA VIDA

A Filosofia está presente na vida de todos. Costumamos dizer que ela nasceu no mundo ocidental com os antigos povos gregos, embora possamos afirmar que está presente na história do ser humano desde o aparecimento das primeiras civilizações.
Em todos os momentos da vida no planeta, os homens demonstraram interesse em refletir sobre os fenômenos, naturais ou não, que faziam parte de sua existência e de sua sobrevivência, como a chuva, o sol, o fogo, os relacionamentos interpessoais e os sentimentos. Graças à observação destes fenômenos vivenciados durante milhares de anos, hoje podemos questionar, pensar e repensar nossas crenças e valores para, com isso, mudarmos de atitude frente nosso cotidiano.
Porém, toda mudança de comportamento exige reflexão e sacrifício, já que quando temos um pensamento ou atitude divergente dos outros, ou quando somos contrariados em nossas verdades, geralmente entramos em crise. Algumas pessoas, receosas de não suportarem essas crises, preferem “fazer de conta” que não há nenhum problema e vão levando a sua vida “numa boa”.
Neste momento, colocamos a seguinte questão: sou livre para fazer o que quero segundo minhas vontades e verdades ou minhas vontades e verdades dependem do outro? E mais, o que penso ser vontade? O que é liberdade? O que posso considerar como justo? Quando realmente estarei pronto para mudar significativamente minhas atitudes?
Para respondermos a estas perguntas, precisamos fazer uma profunda reflexão que nos permita observar e perceber o mundo para além daquele já conhecido, o chamado mundo aparente, como diria Platão (428/27 -347 a.C.). Pois somente o homem repensando suas vontades e verdades será capaz de mudar de atitude frente aos problemas colocados pelo cotidiano da vida. E, somente aquele homem que não se contenta com as crenças e opiniões preestabelecidas pela sociedade, pela mídia, ciência, política e cultura será capaz de elaborar um olhar crítico e criterioso sobre algo, e ir em direção à atitude filosófica.
Contudo, para fazermos esse movimento de olhar em diversas direções é necessário produzir um tipo de reflexão que nos predisponha a mergulhar de maneira profunda e apaixonada no conhecimento que queremos ter da realidade a nossa volta e, principalmente, do quanto queremos conhecer de nós mesmos. Como dizia Sócrates (470 – 399 a.C), “Conhece-te a ti mesmo”. Este é, sem dúvidas, o primeiro passo para adotarmos a atitude filosófica em nossas vidas.


Luciano Tavares Torres

Texto de Filosofia

SEGUNDO BIMESTRE

PENSAMENTOS QUE MUDARAM A REALIDADE E A HISTÓRIA HUMANA - 3º ano
“Mas o que sou eu então? Uma coisa que pensa. E o que é uma coisa que pensa?”
DESCARTES

Sempre que nos colocamos a pensar o que é filosofia, logo nos vem à cabeça aqueles homens que viveram no passado, afastados da sociedade, ociosas e que pensavam sobre o que seria a natureza, o homem, a sociedade, as coisas ou os deuses. Pessoas meio malucas que deixavam de viver os momentos e benefícios que a cultura e a sociedade lhes ofereciam para ficar pensando, pensando e pensando.
De fato, foi isto o que aconteceu e acontece. Alguns homens deixaram e deixam até hoje de terem uma vida comum como a de todos os outros indivíduos da sociedade para fazerem questionamentos fundamentais sobre a realidade em que vivemos na tentativa de encontrar respostas àquelas perguntas que já dissemos aqui: quem sou eu?; de onde eu vim; e para onde eu vou?
Neste momento com o pensamento voltado para o questionamento da realidade, que a filosofia torna-se uma tentativa de buscar respostas às mais diversificadas questões: qual a ordem da natureza (phisis)?; Que tipo de comportamento os homens têm consigo mesmos em relação aos outros?; em que condições político-sociais é formada a realidade?; Quais os conhecimentos científicos podemos aceitar como válidos?; qual a existência e funcionalidade das coisas que existem no mundo?; entre outras.
Contudo, o que todos os filósofos sem exceção, estiveram e estão dispostos a fazerem é pensar para que a humanidade possa se instruir e compreender um pouco da realidade em que vivem. O trabalho do filósofo consiste em criar conhecimentos para que possamos ensiná-los de geração em geração, a fim de que os seres humanos possam ver o mundo de uma nova maneira, com um novo olhar, com uma nova perspectiva. Pois o que os filósofos pretendem é propor uma determinada ordem à realidade a partir de conhecimentos que possibilitem às pessoas entenderem as regularidades na natureza, as relações sócio-políticas, as produções científicas e a criação e construção das coisas que existem no mundo.
Educar, portanto, é questionar, criar, transmitir conhecimentos, primeiramente pensados pelos filósofos e depois disponibilizados aos futuros homens e mulheres da sociedade. Nesta condição, neste processo de formação dos seres humanos e o papel do filósofo e da filosofia são fundamentais para o crescimento e progresso da humanidade. Pois, a filosofia como análise crítico-reflexivo da realidade será a base e o fundamento de todos os conhecimentos existentes no mundo: da ciência, da arte, da religião e da própria filosofia. Pois os filósofos, com a pretensão de buscar e conhecer o princípio (arché) que fundamenta a realidade produziram e produzem os mais diversos pensamentos e conhecimentos para a humanidade.
Por isso, que em alguns momentos de nossas vidas, escutaremos sempre a voz dos filósofos a dizerem sobre as coisas que não imaginávamos pensar. Quem de nós nunca ouviu frases como a: “o ser é e o não ser não é”; “ninguém entra no mesmo rio duas vezes”; “amor platônico”; “amar a Deus acima de todas as coisas”; penso, logo existo”; “ser ou não ser eis a questão”; “ pensar nos limites da razão”; “Freud explica” entre tantas outras.
Todos estes pensamentos podem parecer apenas frases sem sentido, apenas jargões populares. Mas, na realidade são o resultado de um trabalho exaustivo e que, em muitos casos, levou uma vida inteira para serem elaborados, a partir de uma busca incessante por respostas que satisfizessem os anseios por conhecimentos desprezados pela humanidade. São pensamentos e elaborações conceituais que apontaram e continuam apontando os rumos para a história e o progresso da humanidade.
O que seriam de nós, simples mortais, se não fossem os pensamentos malucos dos imortais pensadores da humanidade? Talvez estaríamos vivendo na idade da pedra lascada assistindo ao “Big Brother” da caverna lascada do vizinho, acreditando nas sombras que se projetavam nas paredes das cavernas, pensando ser o melhor cidadão da tribo por ter um couro de marca e um osso raro.
Assim, progredimos e crescemos com os pensamentos dos filósofos. Mas será que mudamos em relação aos nossos ancestrais primitivos? Ou continuamos fazendo tudo o que eles faziam?
Apesar do progresso e do crescimento da humanidade, nós ainda acreditamos ser verdadeiro coisas que são irreais ou ficções. Acreditamos em sombras e fantasmas, nós emocionamos com as novelas na televisão, criamos mundos imaginários com a literatura, ficamos horas e horas navegando no mundo virtual da internet, vivemos os prazeres da marca e da moda, aceitamos todos os benefícios da técnica em nossa vida, entre muitas outras coisas, por acreditarmos que as conhecemos e por acharmos serem verdadeiras. Mas o filósofo Nietzsche nos questionará: “por que sempre a verdade? A verdade existe? Não mudamos muito em relação aos homens das cavernas, apenas aprimoramos nosso modo de acreditar e aceitar no que os outros pensaram para nós. Aceitamos as verdades e perspectivas que nos são impostas porque é mais fácil, mais aconchegante, menos doloroso pensarmos sobre elas.
Por isso, que temos que passar a ter atitude filosófica, para que possamos correr riscos e pensarmos sobre as coisas que normalmente não penaríamos, criamos conhecimentos que não existiriam, agir para que a vida no mundo passe agradável, fraterna, inteligente, feliz e livre de imposições e verdades absolutas.
Portanto, vamos pensar filosoficamente, para podermos ver o mundo com outros olhos, os olhos da admiração, do espanto, do questionamento para que, talvez o futuro, sejam reconhecidos como filósofos que criam conhecimento e que transformaram o mundo em que viveram.

Octávio Silvério de Souza Vieira Neto


QUESTÕES:
1 – O que é pensamento?
2 – Qual a relação existente entre pensamento e razão?
3 – Qual a relação entre educação e pensamento?